O psicanalista se propõe a ouvir além do que o paciente está dizendo, além do sintoma ou da queixa que ele traz; procura ouvir fundamentalmente o inconsciente.
O conceito de inconsciente, proposto por Freud, trouxe grande resistência. De fato, não é fácil admitir que não somos senhores da nossa própria casa, que nossas ações não são determinadas unicamente pelas nossas vontades conscientes.
É preciso admitir que “há algo em mim, apesar de mim, para além de mim”. Mas o que fazer quando não é mais possível negar isso? Freud usa uma metáfora de que não adianta o cavaleiro fechar os olhos quando os cavalos estão indo para o precipício.
Diferentemente da psiquiatria e da psicologia, o foco da psicanálise não está nos comportamentos. Ela dá muito valor para materiais considerados sem importância: o sentido dos sintomas, sonhos, lapsos, a forma como as relações se estabelecem...
A regra fundamental da psicanálise é a associação livre: “diga tudo que lhe vem a cabeça, sem se perguntar se faz sentido ou não, se é relevante, se é adequado...”
A psicanálise não busca produzir indivíduos sem conflitos, mas estabelecer novas formas de equilíbrios. É uma viagem pelo estranho familiar.
Aonde vai chegar uma análise? Quanto tempo irá durar? Que rumos tomarão o seu sintoma?
Essas e muitas outras perguntas só poderão serem respondidas pelo próprio paciente/analisando a partir da sua própria experiência.
Silvana Souza Silva
Psicanalista
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