Pensamento Vivo – Psicanálise
Percorrendo a veia da psicanálise decidi escorregar por uma pedra que muitos já conhecem, mas cada sujeito leva consigo uma experiência única desde o frio na barriga de um início até a desistência por algum motivo muitas vezes não nomeado.
Sigmund Freud nasceu em 06 de maio de 1856, em um pequeno lugar da parte sul da Boêmia onde era costume enviarem os pais seus melhores filhos para perto de Viena. Estudou medicina na Universidade de Viena, em Paris (com Charcot) e em Nanci. Doutorou-se em medicina pela Universidade de Viena em 1881, alguns anos mais tarde, tornou-se docente e finalmente professor extraordinário. Quando completou setenta anos (1926) foi alvo das homenagens de quase todas as sociedades cientificas do mundo, a municipalidade vienense concedeu-lhe título de cidadania. Doze anos mais tarde os nazistas permitiram ao velho e doente médico da humanidade abandonar sua terra somente depois do pagamento de apreciável resgate. Faleceu em Londres em 1939, e nos deixou um legado maravilhoso, onde muitos continuaram a contribuir e onde há de se entender e aceitar que a criação do inconsciente tem apenas um pai. E assim ficou conhecido como o pai da psicanálise – Freud.
Freud também tinha dúvidas.....
Com 42 anos, Freud afirma “Antes de aprofundar mais a questão da sexualidade infantil, devo lembrar um erro por mim cometido que poderia resultar em um fato funesto para meu trabalho.
Meus pacientes reproduziam episódios de sua infância nos quais eram seduzidos sexualmente por adultos.
Imaginei que estivesse ai a origem das neuroses posteriores.
Depois fui obrigado a reconhecer que, na realidade, eram estas apenas fantasias de meus pacientes e que, talvez, eu mesmo as houvesse sugerido.
Fiquei desconcertado. (Freud 1917 – Uma neurose infantil)
Diante desse relato de Freud e da leitura de seus casos clínicos ficou registrado para mim, algo da ordem do permitir-se errar e reconhecer a necessidade em raciocinar ao invés de racionalizar a psicanálise.
Consigo pensar numa clínica onde o desejo do analista muitas vezes fica sem lugar ou se resume em desejo de analisar e a fantasia do analisando sim é o que predomina. Através desse imaginário é possível estabelecer algum contato e ali se inicia um trabalho onde o ator principal é o aparelho psíquico.
HANS O PEQUENO
Seguindo para o “pequeno Hans” uma ambivalência de amor e ódio é vivenciada por um garoto, que transfere para um cavalo todos esses sentimentos para poder conviver com o desejo de matar o pai (castração) e o amor pela mãe.
“Se os homens soubessem aprender a observar as crianças, estes três ensaios bem poderiam não ser escritos. Deve-se recordar que parte do conteúdo desta obra – a insistência sobre a sexualidade em todas as atividades humanas e a implicação que aqui quero demonstrar sempre suscitaram as maiores resistências à Psicanálise. Chega-se ao absurdo de dizer que tudo pode ser explicado mediante a sexualidade.( Freud sobre a Teoria Sexual Infantil – 1905)
No caso do pequeno Hans, uma fobia se instaura num garoto de três anos e meio, o cavalo, a carruagem, o que seria patológico? O que seria normal? Qual o fator quantitativo define este quadro...? E assim vamos debulhando o caso, que foi publicado por Freud em 1909.
E me deparo com um conhecimento que mostra a libido como possuidora de uma viscosidade, e que depende dessa viscosidade que pode variar como densa ou versátil o sintoma pode sofrer sua variação.
Silvana Souza
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